sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Eleições na vizinhança

Gente, Belo Jardim é uma cidade que prospera a passos largos. De forma que muitos dos que residem em Belo City têm ligações com cidades próximas.

Vamos ver como ficou o quadro em algumas cidades vizinhas:

Sanharó: atual prefeito e comunista, César (PCdoB) foi reeleito com mais do que o dobro do segundo colocado, seu tio, Bibi (DEM). Só pra lembrar, em 2004, César derrotou o filho de Bibi, Rani (PMDB), que tinha como candidato a seu vice o pai do próprio César. Ein? Como assim? É isso mesmo. César derrotou de uma só vez o primo (prefeito) e o pai. Mas esse ano, o pai o apoiou. Assim como outro primo, Giovane, que governou a cidade antes de Rani.

São Bento: Uma rápida retrospectiva. Em 92, Paulo Bodinho (PMDB) venceu Paulo Afonso (PFL). Em 96, como não havia reeleição, o Bode apoiou Reginaldo (PL), que derrotou a esposa de Paulo Afonso, Sônia (PPB). Em 2000, mesmo podendo ir pra reeleição, Reginaldo resolveu apoiar seu padrinho, o Bode. Resultado: Paulo Afonso (PFL) venceu o Bode (PMDB) por 21 votos apenas. Em 2004, PA resolve ir pra reeleição, e o Bode lança uma novidade: Padre Aldo e Zé de Almeida. Pois com a máquina na mão, com o apoio do governo do estado, PA perdeu por mais de 5.000 votos.

Finalmente, em 2008, o Padre se lança à reeleição. Rompido politicamente com o seu principal cabo eleitoral, o Bode, o Padre assiste ao fato mais inusitado da política sãobentense: Uma aliança entre o Bode e PA, que coloca seu filho PA Júnior como vice do Bode. Ah, só pra lembrar, o bode agora está no PSB, com apoio do governador. Todos hão de pensar que, "se os dois Paulos estão juntos, e o Padre foi eleito com o apoio de um deles, vai dar Bode na cabeça". Errou. A lapada foi maior ainda. Mais de 6.000 votos de frente para o Padre Aldo. Fim d linha para Paulo 1 e Paulo 2.

Tacaimbó: Muitos acreditavam em uma vitória da candidata do DEM, Sandra. Mas não deu. Com o marido enrolado em diversos problemas judiciais, e enfrentando o prefeito JW (PTB), maior empregador da cidade, Sandra viu o poder escapar uma vez mais das mãos de seu grupo.

Pesqueira: Olha, não é por que sou do mesmo partido do prefeito João Eudes não, mas tenho de lhe tirar o chapéu. O camarada foi vice prefeito de Evandro Chacon (ambos no PFL) na década passada. Perdeu a eleição para Eutrópio (PSDB), em 96, mas deu o troco no mesmo Eutrópio, em 2000, ganhando a eleição e deixando-o em terceiro lugar. Peixoto (PSL) foi o segundo.

Em 2004, as oposições não souberam dar uma prensa em João. Peixoto (PMDB) saiu em faixa própria disputando espaços com Arnaldo (PT), que havia sido seu candidato a vice em 2000. João foi reeleito sem problemas maiores. E em 2008, quando todos julgavam morto o grupo de João, ele tira da cartola a candidatura de Cleide (PRB) para enfrentar o mesmo Arnaldo (agora no PTB), e...Adivinhem quem? Chacon. É aquele de quem joão havia sido vice-prefeito. Amarrou o discurso de João, já que assim, não podia ter sua gestão atacada, recebeu o apoio do governador e ainda assim perdeu por cerca de 100 votos. Primeira prefeita da cidade de Pesqueira.

Brejo: Sem muito protocolo. O atual prefeito, Roberto(PMDB) , não podia mais candidatar-se. Colocou um primo, Alexandre (PPS), além de um filho pra tentar ser vice em jataúba. Alexandre perdeu para Doutor Edson, que já havia governado a cidade antes do ditador Roberto Asfora. Dessa forma, Edson devolve a derrota que sofreu em 2004 para o atual prefeito, e fica sem dever favores a seu ex-aliado Zé Inácio.

Santa Cruz: Na capital da sulanca, o deputado Toinho do Pará (PTB) venceu o também deputado Édson Vieira (PSDC). Toinho teve o apoio do rpefeito Zé Augusto, que não podia mais disputar reeleição, e planeja a câmara federal agora. Édson foi o candidato dos ex-prefeitos Ernando, do ex-candidato Nanau, ex-deputado Augustinho Rufino e do grupo Mendonça.

Uma curiosidade é o vice-prefeito eleito. Zé Elias. Ele foi eleito para este cargo em 96, na segunda eleição de Ernando que venceu a chapa encabeçada pelo Padre Bianchi. Em 2000, a chapa Ernando/Zé Elias perdeu a reeleição para Zé Augusto. O que fez Zé Elias? Foi apoiar o prefeito eleito. Quando chega em 2004, Zé Augusto estava sem vice, porque Toinho do Pará, eleito para o cargo em 2000, já era deputado estadual. Zé Elias assumiu o posto, agora, pelo lado contrário ao que pertencia quando ocupou o cargo pela primeira vez. Em 2008, apesar do desejo de disputar a majoritária, foi convencido pelo grupo a se manter como vice, mesmo com a mudança de prefeito.

São Caetano: Nem sei se consigo explicar o que se passa ali. Esse não foi o primeiro confronto entre Jeovásio e Jadiel. Já em 1988 os dois se enfrentaram. Jeovásio, pelo PFL, teve mais votos que Jadiel, pelo PMB, mas ambos foram batidos por Cosmo, do PMDB. Em 92, novo embate. Jeovásio foi eleito pelo PFL e Jadiel perdeu pelo PRN. Em 96, ainda não havia reeleição, Jeovásio apoia o vereador Esmeraldo (PV), que ganha a eleição de Cosmo (ex-prefeito ligado ao arraesismo, do PSB). Ano 2000, e Esmeraldo se muda para o PFL, conseguindo levar consigo o mesmo Cosmo, derrotado por ele 4 anos antes, para ser seu vice. Venceram Jeovásio (PSDB), que apoiou a primeira eleição de Esmeraldo, por que reeleição não existia, mas havia rompido.

Em 2004, Esmeraldo (no PTB) não pode mais ser candidato, mas seu vice, Cosmo, sim. Esmeraldo enxergava uma possível vitória daquele que, em 96, foi um dos repsonsáveis por sua primeira vitória para prefeito: Jeovásio (agora no PFL, ex partido de Esmeraldo). A solução para impedir? Aliar-se a seu desafeto Jadiel, do PMDB. Esmeraldo indicou seu vice para compor a chapa e se manter no cargo mesmo com a mudança de prefeito. Venceram.

Em 2008, outra reviravolta na política. Esmeraldo não está mais no PTB e sim no PR de Inocêncio, depois de haver brigado com Armandão. E não está mais aliado a Jadiel, prefeito apoiado por ele em 2004 com única intenção de evitar a vitória de seu ex-liado Jeovásio. Dessa vez, Esmeraldo trabalha para derrubar Jadiel, com quem também havia rompido. E para conseguir derrubá-lo,o que poderia ser feito? Voltar a se aliar a Jeovásio. Assim, Esmeraldo pagaria a dívida de 96, elegendo-o prefeito. Mas não deu certo. Jadiel foi reeleito.

Caruaru: Pela terceira vez, foi eleito Zé Queiroz, do PDT. Vale lembrar que da última vez que isso ocorreu, em 92, Zé Queiroz contou com o apoio de João Lyra (prefeito de entao), e rompeu logo após assumir o mandato, em 93. Aliás, em 92, Zé Queiroz também não teve candidato páreo para enfrentar. Se muitos acharam fraca a candidata Ivânia Porto (DEM), imaginem o que diziam em 92 de Osman Bezerra, escalado para enfrentar Zé. Tony Gel arriscou, ao renunciar em março ao mandato, a fim de disputar cadeira na câmara. Como não tinha vice (Roberto Liberato ganhou o posto mas renunciou, para seguir na Assembléia), quem assumiu foi o presidente da câmara, Neguinho Teixeira. Ele se dizia aliado de Tony gel. Mas 3 dias sentando na cadeira de prefeito bastaram para mudar de idéia e deixar Tony sem o controle da cidade, e fazer cair pela metade os votos que esperava ter para vereador: Pouco mais de 8mil.

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