Reportagem interessantíssima do Diário de Pernambuco deste sábado:
Há cerca de dois anos, a diretora de escola Quelli Borba, 38 anos, possuía seis cartões de crédito, fora os de lojas. Até que as dívidas foram se acumulando e transformando o que deveria ser uma utilidade para o cotidiano em um problema a mais. Hoje, ela possui apenas um cartão, com o qual supre as necessidades domésticas e pessoais. "Percebi que era suficiente para mim. Quando não dá para comprar alguma coisa, eu simplesmente não compro", conta.
O caso de Quelli é semelhante aos de muitos brasileiros, que estão tentando reduzir os gastos com cartões de crédito. Em recente estudo realizado pela norte-americana Unfair Credit Card Fees, associação que envolve lojistas em 17 países, foi constatado que as taxas praticadas pelas administradoras de cartão no Brasil estão entre as mais altas do mundo. A média global é de 2%, enquanto em nosso país o número é de 2,9%, podendo, em alguns casos, chegar até a 5%.
As altas taxas cobradas aos lojistas pelas administradoras terminam encarecendo os produtos para quem paga com cartão de crédito. Esse foi um dos motivos que fizeram o estudante Paulo Rodrigues, 22, passar a usar cada vez menos seu cartão, que já possui há dois anos. "Prefiro fazer meus pagamentos com cheques. As taxas são muito altas. Os juros que pagamos também. Só uso o cartão agora em caso de extrema necessidade", explica.
Diante da situação, o Banco Central divulgou um estudo na última terça-feira que mostrava o descontentamento das empresas usuárias desse meio de pagamento. Com essa atitude, o BC defendia a implantação de uma nova regulamentação para o setor no Brasil. O estudo ficará na página do BC na internet (www.bcb.gov.br) durante três meses, para que sejam enviadas sugestões.
Foram ouvidas no estudo 500 empresas que oferecem cartão de crédito como forma de pagamento. A queixa mais frequente foi o alto valor das taxas, apontada por 47,21%. A qualidade do atendimento foi uma reclamação comum a 20,30% dos usuários. Já a cobrança de aluguel das máquinas de cartão teve seu fim defendido por 15,23% dos que foram ouvidos na pesquisa.
No estudo do BC foi apontado também que um terço dos usuários do cartão de crédito no país está inadimplente há pelo menos 90 dias. O problema é que os juros cobrados nesse meio de pagamento estão entre os mais altos praticados aqui. Pagamentos atrasados podem vir com cobrança de até 12% de juros, sem contar multa.
A vendedora Paula de França, 25 anos, confessa que não costuma prestar atenção nos juros cobrados pelos três cartões que usa. "Pago e nem olho. Uso cartões há seis anos mas não parei para ver isso", explica Paula, admitindo também que o salário nem sempre é suficiente para cobrir os gastos de todas as faturas. "Não dá para cobrir tudo. Meu marido sempre acaba ajudando", revela.
Há cerca de dois anos, a diretora de escola Quelli Borba, 38 anos, possuía seis cartões de crédito, fora os de lojas. Até que as dívidas foram se acumulando e transformando o que deveria ser uma utilidade para o cotidiano em um problema a mais. Hoje, ela possui apenas um cartão, com o qual supre as necessidades domésticas e pessoais. "Percebi que era suficiente para mim. Quando não dá para comprar alguma coisa, eu simplesmente não compro", conta.
O caso de Quelli é semelhante aos de muitos brasileiros, que estão tentando reduzir os gastos com cartões de crédito. Em recente estudo realizado pela norte-americana Unfair Credit Card Fees, associação que envolve lojistas em 17 países, foi constatado que as taxas praticadas pelas administradoras de cartão no Brasil estão entre as mais altas do mundo. A média global é de 2%, enquanto em nosso país o número é de 2,9%, podendo, em alguns casos, chegar até a 5%.
As altas taxas cobradas aos lojistas pelas administradoras terminam encarecendo os produtos para quem paga com cartão de crédito. Esse foi um dos motivos que fizeram o estudante Paulo Rodrigues, 22, passar a usar cada vez menos seu cartão, que já possui há dois anos. "Prefiro fazer meus pagamentos com cheques. As taxas são muito altas. Os juros que pagamos também. Só uso o cartão agora em caso de extrema necessidade", explica.
Diante da situação, o Banco Central divulgou um estudo na última terça-feira que mostrava o descontentamento das empresas usuárias desse meio de pagamento. Com essa atitude, o BC defendia a implantação de uma nova regulamentação para o setor no Brasil. O estudo ficará na página do BC na internet (www.bcb.gov.br) durante três meses, para que sejam enviadas sugestões.
Foram ouvidas no estudo 500 empresas que oferecem cartão de crédito como forma de pagamento. A queixa mais frequente foi o alto valor das taxas, apontada por 47,21%. A qualidade do atendimento foi uma reclamação comum a 20,30% dos usuários. Já a cobrança de aluguel das máquinas de cartão teve seu fim defendido por 15,23% dos que foram ouvidos na pesquisa.
No estudo do BC foi apontado também que um terço dos usuários do cartão de crédito no país está inadimplente há pelo menos 90 dias. O problema é que os juros cobrados nesse meio de pagamento estão entre os mais altos praticados aqui. Pagamentos atrasados podem vir com cobrança de até 12% de juros, sem contar multa.
A vendedora Paula de França, 25 anos, confessa que não costuma prestar atenção nos juros cobrados pelos três cartões que usa. "Pago e nem olho. Uso cartões há seis anos mas não parei para ver isso", explica Paula, admitindo também que o salário nem sempre é suficiente para cobrir os gastos de todas as faturas. "Não dá para cobrir tudo. Meu marido sempre acaba ajudando", revela.
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