quinta-feira, 30 de abril de 2009

Quem é de todo mundo, não é de ninguém

O pessoal do Blog Acerto de Contaspubicou hoje um text bem interessante sbre a disputa pro senado em 2010.
Publico-o e ponho minha opinião logo depois:

"Sucesso do grupo Tribalistas (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes), a música “Já sei Namorar” ensina muita coisa para quem vive no ambiente da política. Diz a letra: “eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também…”. Essa lição, porém, não parece ter sido apreendida pelo senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

Diz o Diario de Pernambuco de hoje que Guerra entra na TV, próxima segunda-feira, com uma propaganda partidária em que se mostra amigo de todo mundo. Dirá que ajudou do Governo Arraes (de quem foi secretário) até Eduardo Campos, passando no meio por Jarbas Vasconcelos (com quem também trabalhou). Detalhe é que os dois primeiros são (no caso de Arraes, foi) inimigos figadais de Jarbas.

Imagina Sérgio Guerra que pode atrair votos de todos os campos. Ledo engano.

Atrairá, isto sim, a desconfiança do eleitor. Ninguém gosta de vira-casacas. Ninguém gosta de quem vive mudando de lado. O eleitor gosta de político que tem brio. Gosta de quem se lasca, mas permanece firme com a banda que escolheu. É o que se costuma chamar de coerência.
Meu amigo César Rocha classificou, hoje em seu blog, essa estratégia televisiva do senador como “
O jogo esperto de Sérgio Guerra“. Para mim, é um jogo burro.

Primeiro, porque Guerra vai dizer que ajuda Eduardo - com quem mantém laços de amizade e uma aliança branca (sou da oposição e não te ataco, enquanto tu não toma minhas bases). E mais na frente Eduardo vai aparecer pedindo votos para outros, que estarão formalmente coligados a ele.

O eleitor de Eduardo vai achar que Guerra está mentindo. Que fica dizendo que é amigo de Eduardo, mas Eduardo não quer nem saber dele. O eleitor da oposição vai achar que Guerra está virando a casaca novamente.

Meu conselho a Sérgio Guerra é o seguinte: saia do páreo. Dispute um mandato certo de deputado federal que é o seu devido lugar.

Sérgio Guerra foi eleito senador, em 2002, por uma benesse de Jarbas. Foi um caso atípico. Naquela época, Jarbas elegia até o presidente da Celpe (inimigo número 1 do estado).

Reconheço que Guerra é um cara inteligente. “Uma inteligência à procura de um caráter”, dizia dele a saudosa Cristina Tavares. Mas ele é ultrapassado na forma de fazer política. Mesmo sendo presidente nacional do PSDB, ainda hoje prefeitos e vereadores do interior fazem fila às 6h da manhã, na porta da sua casa, em Piedade, em busca de favores. Coisa de coronel, que Guerra nunca conseguiu deixar de ser.

A eleição do Senado em 2010 não será fácil para a oposição, seja quem for o candidato a governador. O único que tem alguma chance nesse campo, mantidas as atuais condições de temperatura e pressão, é Marco Maciel (DEM) - concidência ou não, um sujeito que nunca mudou de lado.

O resto é conversa fiada."
Eu fecho com a opinião do texto.

Eleitor gosta de quem tem lado. De quem perde eleição mas mesmo assim não vira a casaca. Pernambuco está cheio de exemplos de vira-casacas que se deram mal (embora haja exceções como Múcio e Inocêncio.

Se SG joga na propaganda que ajudou Arraes, que ajuda EC,o eleitor vai pensar: ENTAO PQ NAO ESTAS DO LADO DO PSB E SIM DO PMDB??

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