Essa vem de Limoeiro, escrta por Sebastião Nery, em coluna no Diário de Pernambuco de hoje.
Esta história Pernambuco conhece de sobra. Mas é uma lição nacional. Aliás, uma anti-lição. Dia de festa em Limoeiro. O time da cidade ia jogar com a seleção de Garanhuns, disputando a final do campeonato intermunicipal. O coronel Chico Heráclio, o rei do pedaço, chegou ao campo todo de branco, sentou na sua cadeira de vime, o jogo começou.
Primeiro tempo, segundo tempo, nada. Zero a zero. Não saia gol. Cinco minutos para acabar a partida, o juiz, que tinha ido do Recife, marcou um pênalti contra Limoeiro. A torcida endoidou, invadiu o campo. O juiz correu para junto do coronel Heráclio com medo de ser linchado.
Chico Heráclio O coronel levantou a bengala, todo mundo parou :
- O que é que houve, seu juiz?
- Um pênalti que eu marquei, coronel.
- Como é esse negócio de pênalti?
- É quando o jogador comete uma falta dentro da sua própria área. Aí a bola fica ali naquela marca, em frente à trave, e um jogador adversário chuta. Só ele e o goleiro.
- E faz o gol, seu juiz?
- Geralmente faz, coronel. É difícil goleiro pegar pênalti.
- Muito bem, seu juiz. Sua explicação é muito boa, muito clara. E eu não vou tirar sua autoridade. Já que houve o tal do pênalti, faça como a regra do futebol manda. Só que o senhor, seu juiz, em vez de botar a bola em frente da trave de Limoeiro, faça o favor de botar do outro lado, diante da trave de Garanhuns e mandar um jogador daqui da cidade chutar.
- Mas, coronel, isso é contra a lei.
- Pois já ficou a favor. Aqui em Limoeiro a lei sou eu.Limoeiro ganhou.
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