A Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) suspeita que uma rede de exploração sexual esteja atuando no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O caso começou a ser investigado depois que uma adolescente de 16 anos, que fugiu de casa em Gravatá, no Agreste de Pernambuco, foi encontrada fazendo programas no bairro.
A adolescente foi encontrada em um apartamento do Edifício Holliday. De acordo com a mãe da garota, que não quis se identificar, a filha estava desaparecida desde a semana passada e dizia por telefone que estava em Palmares, na Zona da Mata. Graças a informações de amigas da menina, a mãe descobriu que ela tinha vindo ao Recife e que estava fazendo programas.
Foi a mãe quem encontrou a garota no edifício em Boa Viagem e pediu ajuda à Polícia Militar para tirar a filha do local. As duas passaram a noite em uma casa-abrigo no Recife. Nesta terça-feira (27) a garota acusou a mãe e disse que fugiu de casa por que era constantemente agredida. “Estava cansada de ser espancada e passar por humilhação. Então resolvi andar. Às vezes o povo lá fora me dá mais valor do que minha própria mãe”, desabafa a adolescente.
A mãe rebateu as acusações da garota e disse que nada do que ela falou é verdade. “Eu juro como é mentira. Só Papai do Céu e eu sabemos que é uma mentira. O Conselho de Gravatá sabe que a minha preocupação é de tudo que uma mãe imagina. Uma filha se prostituindo; uma filha viciada em drogas, que ela está; um assassinato”, disse a mãe.
O caso está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar. O conselheiro André Torres diz que há fortes indícios de que exista uma rede de exploração sexual na Zona Sul do Recife, e que os donos do apartamento deveriam ter sido autuados. “Segundo informações havia outras mulheres dentro do apartamento. Em conversa com a adolescente, ela falou que estava sendo providenciado outro RG adulterando o nome e a idade dela para que se tornasse maior de idade. Ela também deu outras informações sigilosas que ainda não podemos relatar”, afirmou.
Mãe e filha foram ouvidas nesta terça-feira na GPCA. O delegado Jorge Ferreira disse que a menina precisa de acompanhamento psicológico e que as denúncias vão ser investigadas. “O que a GPCA vai fazer é, de posse dessas informações, começar a fazer diligências até o local para averiguar os apartamentos e os nomes que essa jovem vai citar no depoimento”, afirmou. “Em cima dessas diligências a gente vai chamar todo esse pessoal até a GPCA para prestar depoimentos e ver até onde vai a denúncia de exploração sexual, se existe uma rede de prostituição, e todos serão penalizados, ao final, se proceder a denúncia”, concluiu o delegado.Da Redação do pe360graus.com
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